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Como os filmes retratam o amor (e o que isso diz sobre nós)

  • Writer: Mari Lima
    Mari Lima
  • Jul 31
  • 6 min read

Updated: 1 day ago

O cinema é uma máquina de sonhos. E, para isso, ele transforma histórias comuns em narrativas épicas e eleva os sentimentos mais simples a gestos grandiosos. E, quando se trata de amor, poucos meios têm o mesmo impacto emocional e cultural. Desde declarações apaixonadas sob a chuva até reencontros milagrosos que só poderiam acontecer em roteiros bem ajustados, os filmes têm o poder de nos fazer suspirar, chorar e acreditar em finais felizes – mesmo quando a vida real insiste em ser mais complicada.


Mas será que essas histórias de amor no cinema ajudam ou atrapalham a forma como enxergamos nossos próprios relacionamentos? Por que somos tão fascinados por elas? E o que os filmes sobre amor dizem sobre nós, como indivíduos e como sociedade? Vamos explorar como o cinema molda nossas expectativas, reflete nossos anseios e nos desafia a reimaginar o que significa amar alguém.


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O Amor Cinematográfico:


Quando pensamos em amor no cinema, uma imagem quase universal vem à mente: duas pessoas apaixonadas enfrentando obstáculos aparentemente insuperáveis para ficarem juntas. Desde os clássicos de Hollywood como “Casablanca” até os romances modernos como “Todos menos você”, essas histórias nos vendem uma ideia de amor que muitas vezes é maior que a própria vida dos personagens.



1. Gestos grandiosos: Declarações apaixonadas, jantares à luz de velas e bilhetes secretos deixados em lugares improváveis.


2. Conexões instantâneas: O conceito de “amor à primeira vista” é praticamente um clichê nos filmes.


3. Superação de barreiras: De diferenças sociais a triângulos amorosos, o amor no cinema sempre parece superar tudo. De maneira incrivelmente simples.


4. Final feliz (ou trágico e poético): Seja um final feliz ou uma separação inevitável, as histórias de amor sempre têm um toque de perfeição narrativa.


Por eu ser uma cinéfila obcecada, ao assistir qualquer romance, uma pulguinha foi surgindo atrás da minha orelha:


Por que somos atraídos por essa idealização toda?


E, depois de uma intensa sessão de comédias românticas, uma conclusão chegou a minha mente:


Porque o amor cinematográfico oferece um alívio da realidade. Ele nos transporta para um lugar onde tudo parece possível, e onde o amor é sempre intenso, emocionante e cheio de significado. O amor nos filmes não cai na rotina. Ele deixa de ser um sentimento pra se tornar um espetáculo, encenado.


Assim, embora o amor no cinema seja mágico, ele pode criar expectativas que muitas vezes não correspondem à realidade. A ideia de que o amor verdadeiro é sempre fácil de identificar ou que ele resolve todos os problemas é tão sedutora quanto irreal. Criando em nós as expectativas de um par perfeito, muitos filmes retratam esse amor de encontrar uma pessoa como se ela fosse predestinada e isenta de falhas. Esses finais perfeitos ainda corroboram com essa ilusão sem mostrar o que acontece depois do felizes para sempre deixando de abordar o trabalho emocional que sustenta um relacionamento.


Exemplo: O Amor à Primeira Vista

Em Romeu e Julieta, o amor à primeira vista de Shakespeare ganha vida no cinema como o romance definitivo. Apesar de ser trágico, ele é celebrado como o auge da paixão – mas na vida real, será que uma conexão instantânea é suficiente para sustentar um relacionamento duradouro? Acho que não. Tanto é que nem no cinema relacionamento durou KKKKKKK.



A Beleza do Amor Imperfeito: O Cinema Também Está Mudando


Nos últimos anos, temos visto uma mudança no jeito como os filmes retratam o amor. Histórias mais realistas e complexas estão ganhando espaço, mostrando que o amor pode ser lindo justamente por sua imperfeição. Nos fazendo perceber que as vezes o amor pode estar na música que ele coloca só para te agradar ou naquele momento íntimo de risadas.


  • Exemplo: La La Land: O filme captura a intensidade de um amor verdadeiro, mas também mostra como sonhos e ambições individuais podem interferir em um relacionamento. O final agridoce reflete a realidade de que, às vezes, só o amor não é suficiente (e está tudo bem).


A realidade é: os filmes nos ensinam que o amor não precisa ser perfeito para ser significativo, ele só precisa ser autêntico.



Por Que Assistimos a Filmes de Amor Repetidamente?


Embora saibamos que o amor no cinema raramente reflete a vida real, continuamos assistindo a essas histórias. Mas por quê?


1. Eles Nos Fazem Sentir

O amor cinematográfico é uma explosão de emoções. Ele nos faz rir, chorar e acreditar em possibilidades, mesmo que apenas por duas horinhas.


  • Exemplo:Quem não chorou ao assistir Diário de uma Paixão, mesmo sabendo como a história terminaria?


2. Eles Nos Dão Esperança

Filmes de amor nos lembram de que o amor – em todas as suas formas – é possível e vale a pena ser buscado.

  • Exemplo: Um Lugar Chamado Notting Hill nos faz acreditar que até mesmo pessoas de mundos completamente diferentes podem encontrar um caminho para ficarem juntas.


3. Eles Refletem Nossos Desejos

Assistir a um filme de amor é, muitas vezes, um exercício de projeção. Reconhecemos nossos próprios desejos, medos e esperanças nas histórias contadas na tela.


  • Exemplo: Em Comer, Rezar, Amar, Liz Gilbert busca a autodescoberta antes de encontrar o amor. Sua jornada ressoa profundamente com aquelas que desejam equilíbrio e completude.


O que, então, me ajuda a chegar a uma conclusão extra: mesmo com toda a ilusão demasiada do cinema, são só com as comédias românticas clichês que nós nos encantamos tanto com o romance. São elas que retratam o que há de mais lindo no amor. E, mesmo não sendo verdade o tempo todo, quem já experienciou um romance lindo como os de filmes, sabem que, ao menos no início, os filmes sabem exatamente retratar como o sentimento de amar alguém é lindo. E, justamente, retratando nossas vontades e inseguranças, de certa forma, nós nos identificamos com as personagens.



O Que os Filmes de Amor Dizem Sobre Nós?


O cinema é um reflexo da sociedade (sempre) e os filmes de amor dizem muito sobre como enxergamos e valorizamos os relacionamentos.


1. Nosso Desejo por Conexão

Filmes de amor mostram que, no fundo, todos buscamos conexão. Queremos ser vistos, compreendidos e amados por quem realmente somos.


2. Nossa Luta com a Vulnerabilidade

Esses filmes muitas vezes mostram os personagens se abrindo para o amor, superando medos e barreiras emocionais. Eles nos lembram que amar exige coragem.


  • Exemplo: Em Her, Theodore aprende a amar novamente, mesmo após um divórcio doloroso. A jornada emocional dele reflete nossas próprias lutas com a vulnerabilidade.


3. Nossas Expectativas Culturais

O amor no cinema também reflete as expectativas culturais de cada época. Nos anos 50, os filmes muitas vezes retratavam relacionamentos tradicionais e papéis de gênero rígidos. Hoje, vemos histórias mais diversas e inclusivas, que reconhecem diferentes formas de amar. Até mesmo em histórias que se passam na contemporaneidade.


  • Exemplo: Como em Vermelho, Branco e sangue azul, quando Henry e Alex são apoiados no final do filme, mesmo Henry sendo um príncipe da realeza britânica e Alex o filho da presidente americana, isso dá esperança.


O Cinema Como Ferramenta para Reavaliar o Amor


Embora os filmes de amor nem sempre representem a realidade, eles nos oferecem uma oportunidade de refletir sobre o que queremos – e o que não queremos – em nossos próprios relacionamentos.


Como os filmes podem nos ajudar a reavaliar o amor:

1. Desafiar ideias preconcebidas: Nem todo amor precisa ser épico ou dramático para ser válido.

2. Aceitar a imperfeição: Relacionamentos reais são construídos com diálogo, paciência e compreensão.

3. Abraçar a diversidade: O amor não tem uma única forma ou definição, e o cinema está cada vez mais explorando isso.


  • Acho que um bom exemplo de aceitar a imperfeição em relacionamentos pode ser a Belly e o Conrad, a Jenny Han escreveu a trilogia pensando na dificuldade do amor e de que nem sempre o amor correto é o amor fácil (como o Jeremiah e a Belly)



Conclusão: O Que Levamos dos Filmes de Amor


Filmes de amor nos encantam porque capturam a essência do que significa ser humano: o desejo de se conectar, a coragem de ser vulnerável e a beleza de compartilhar a vida com outra pessoa. Eles podem criar expectativas irreais, mas também nos ensinam lições valiosas sobre empatia, resiliência e autenticidade.


No final, o cinema nos lembra que o amor – com todas as suas imperfeições – continua sendo uma das experiências mais profundas e transformadoras que podemos viver.


“O amor nos filmes é um espelho e um sonho – mas, acima de tudo, é uma lembrança de que sentir é o que nos torna vivos.”

E, cá entre nós, qual seria a graça dos filmes sem todo o clichê e idealização de um amor verdadeiro. Ninguém gosta de assistir desgraça o tempo todo. Por isso, comédias românticas são tratadas como filmes conforto :)


Obrigada por ler! 😊

 
 
 

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4 Kommentare


Gast
20 hours ago

Eu amo que a diva reuniu o que todo mundo sente (e não sabe dizer) e reuniu nesse post hahahah

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Gast
3 days ago

Cara mto verdade. A gente sempre espera que um amor insanamente intenso e mágico venha nos salvar, quando tudo que nos acontece é um amor problematico que só vai dar prejuízo

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Gast
3 days ago

cara eu amo cinema

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luana monteiro
10. Aug.

eu amei amei amei esse artigo, mah! ta lindo! tipo, eh mto verdade. tudo que vc falou

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